Ouço o grito da dor transvestida no prazer de ser quem sou. Vulnerável ao toque destes momentos instáveis em que a dúvida insiste em permanecer. Praga indesejável que se propaga e esvai com tempo. Por um momento ainda observo o declive do seu olhar... Por quais caminhos o amor te levou? Em sussuros ainda te diz: “fique perto de mim”. Tem medo do toque, mas anseia pelo afago, resiste à presença, porém sozinho encontra o desespero... Saberei dar ouvidos a este coração? Coração cansado e entorpecido de tanta ilusão... Irá se lançar novamente na loucura desta paixão? Dessa vez despir-se-á inteiramente e suportará o seu toque gelado?
Caminharei de fronte à sua face, mas não verei a claridade de seus olhos e não darei ouvidos ao sussurro da sua voz. Será que ainda assim ouvirei o ruído da sua ânsia em sentir o toque deste amor?
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