Sunday, April 27, 2008


Não ouse olhar em meus olhos e ser como sempre tão delicado.
Não ouse chamar por mim, dizer que estamos bem e que o delírio é meu mascote, meu bicho de estimação.
Não tente entender o que digo, mas cale-se quando eu grito e engula-me pouco a pouco como um vinho adormecido e, em cada gota, sinta o sabor trêmulo do meu pranto, pois é o seu também...
Não mude sua postura, não finja estar nu, pois já não ouço em sua voz a mansidão de uma idéia crua. Suas idéias já há tempo afogadas em banho-maria...
Livre do domecílio, solto pelos ares, estampado nas folhas laterais... Minha vida, minha lástima, meu encanto mudo... já se fez surdo.


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